Você já ouviu falar em cefaleia em Salvas?

É um tipo de dor de cabeça mais raro, com uma prevalência de aproximadamente 0,1 por cento da população, e afeta principalmente os homens. 


É uma das dores de cabeça mais fortes (daquelas que dá vontade de bater a cabeça na parede!)


Recebe esse nome por ocorre em série,  com ataques diários recorrentes, geralmente num período específico do ano, com períodos de remissão


Os ataques  duram em média 30-45 minutos (mas podem variar de 15 minutos até 3 horas de duração) e podem ocorrer de uma vez a cada dois dias a até oito vezes por dia. Uma crise pode durar de 6 a 12 semanas, enquanto as remissões duram pelo menos 3 meses podendo ficar até 1 ano em remissão.


●Características clínicas 


A cefaleia em salvas é uma condição caracterizada por crises de dor unilateral intensa, ao redor do olho e na têmpora e geralmente vem junto com sintomas de olho vermelho ou inchado (no olho do lado onde dói), lacrimejamento ocular deste lado, ou até mesmo congestão nasal  e coriza na narina do lado do rosto afetado; Além de sensação de inquietação e agitação.

 

●Diagnóstico 


O diagnóstico clínico é feito em pacientes com história compatível e baseado em critérios diagnósticos 

O diagnóstico diferencial da cefaleia em salvas inclui tanto outras cefaleias primárias, chamadas cefaleias trigemino-autonômicas como cefaleias secundárias (causadas por anormalidades estruturais no cérebro ). Dessa forma, geralmente realizamos neuroimagem com ressonância magnética (RM) do cérebro com gadolínio para a avaliação inicial de todos os pacientes com suspeita de cefaleia em salvas para excluir uma lesão estrutural do cérebro e da glândula pituitária.

Vários tipos de dor de cabeça podem coexistir em um indivíduo. Pacientes com cefaleia em salvas também podem apresentar sintomas de outras síndromes de cefaleia primária ou secundária.

É importante o diagnóstico correto pois seu tratamento é diferente dos outros tipos de dor de cabeça.

● Tratamento   

O tratamento das crises geralmente é feito a nível hospitalar com uso de oxigênio e medicamentos, como os triptanos.

Nos casos crônicos (ocorrem por 1 ano ou mais sem remissão), ou com intervalos de remissão < 3 meses indicamos um tratamento preventivo, que é feito com medicamentos prescritos pelo neurologista.


Dra Stéfane Cajui - neurologista

CRM 212379